Fonte: Food and Agriculture Organization (FAO) |

FAO , IAEA e UEM apresentam estratégias de combate a mosca da fruta no continente africano

O evento contou com a participação de representantes de cerca de 20 países africanos sob o lema “Reforço da Capacidade de Detecção, Vigilância e Repressão de Espécies da Mosca da Fruta Exóticas e Estabelecidas através da Integração da Técnica de Esterilização do Insecto com outros Métodos de Supressão”

Em Moçambique, a mosca da fruta foi detectada em 2007 no distrito de Cuamba na província do Niassa mas actualmente cobre todo o país

ROME, Itália, 28 de julho 2016/APO/ --

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em coordenação com a Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA na sigla em inglês) e com a Universidade Eduardo Mondlane (UEM) deram início esta semana em Maputo ao primeiro encontro de coordenadores a nível regional para o combate à mosca da fruta no continente africano, no âmbito do projecto RAF5074.

O evento contou com a participação de representantes de cerca de 20 países africanos sob o lema “Reforço da Capacidade de Detecção, Vigilância e Repressão de Espécies da Mosca da Fruta Exóticas e Estabelecidas através da Integração da Técnica de Esterilização do Insecto com outros Métodos de Supressão”.

Para o Representante da FAO em Moçambique, Castro Camarada, “o surgimento e o impacto dos tefritídeos representam um maior desafio para o desenvolvimento das hortofrutículas em África pois, estes afectam o comércio e reduzem o crescimento do potencial económico dos países afectados”.

Em Moçambique, as primeiras acções de combate à mosca da fruta tiveram início através de um projecto TCP da FAO  com apoio técnico do Centro Internacional para a Fisiologia de Insectos e Ecologia (ICIPE na sigla em inglês).

Castro Camarada mencionou ainda que “a presença da mosca da fruta em Moçambique não só afecta o sector comercial, mas também afecta aos grupos de pequenos agricultores e vendedores informais que tem as frutas e os vegetais como seu meio de subsistência”.

De acordo com o docente da Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal da UEM, Domingos Cugala “a mosca da fruta actualmente ocorre em todo o país mas, estão a ser implementadas medidas de controle e investigação. Ja fizemos vários estudos para permitir a libertação da exportação de vários produtos para a África do Sul principalmente, sem problemas de restrição” afirmou.

Em termos de medidas adoptadas para o combate a este fenómeno, Cugala referiu que “estamos a recomendar aos agricultores a higiene do pomar ,aplicação de proteínas já formuladas para combater a mosca e estamos a implementar o controle biológico através da introdução de inimigos naturais da mosca da fruta nas zonas norte, centro e sul mas, essa medida sai um pouco cara para os agricultores, por isso, está a ser implementada apenas a nível do governo a partir do laboratório de Chimoio”.

Devido a ocorrência de pestes e doenças nas frutas, as possibilidades de exportação têm sido seriamente afectadas por conta das medidas de restrição impostas pelos países que importam produtos de Moçambique.

Na ocasião, o Director Científico da UEM, Bettencourt Capece  referiu que “este projecto constitui uma oportunidade para as regiões africanas e de Moçambique em particular de adoptarem os métodos sustentáveis de combate à mosca da fruta, incluindo o uso da técnica de esterilização do insecto baseada em radiações, cuja sua implementação não seria possível de forma singular e sem a assistência dos especialistas da IAEA”.

Em Moçambique, a mosca da fruta foi detectada em 2007 no distrito de Cuamba na província do Niassa mas actualmente cobre todo o país. Para fazer face a esta praga, foi recentemente criado em Chimoio um laboratório especializado em pesquisas sobre a ocorrência da mosca da fruta em todo o país.

Distribuído pelo Grupo APO para Food and Agriculture Organization (FAO).