Fonte: The World Bank Group |

Uma ação climática ambiciosa trará grandes dividendos para Cabo Verde

Sendo um Pequeno Estado Insular em Desenvolvimento (SIDS) situado no Oceano Atlântico, Cabo Verde é particularmente vulnerável às alterações climáticas e às catástrofes naturais

PRAIA, Cabo Verde, 15 de janeiro 2025/APO Group/ --

A construção de resiliência e a aceleração de uma transição de baixo carbono são centrais para a estratégia de desenvolvimento sustentável de Cabo Verde, de acordo com o recém-lançado Relatório sobre o Clima e o Desenvolvimento do País (CCDR).

Sendo um Pequeno Estado Insular em Desenvolvimento (SIDS) situado no Oceano Atlântico, Cabo Verde é particularmente vulnerável às alterações climáticas e às catástrofes naturais, incluindo secas, inundações, aquecimento dos oceanos e subida do nível do mar. Estas vulnerabilidades são ainda agravadas por desafios económicos, como a forte dependência do turismo, a importação de combustíveis e bens, que representam 80% do consumo interno de alimentos, bem como uma elevada dívida pública. As alterações climáticas ameaçam agravar estas questões, com projeções que indicam perdas potenciais do PIB de até 3,6% até 2050, se não forem implementadas medidas de adaptação eficazes.

O CCDR fornece um roteiro para alinhar as aspirações de desenvolvimento de Cabo Verde com a ação climática, investindo em medidas que mitiguem os riscos climáticos e, ao mesmo tempo, desbloqueiem novas oportunidades de crescimento sustentável e inclusivo. O relatório enfatiza a necessidade de uma abordagem integrada para lidar com as vulnerabilidades de Cabo Verde. As prioridades imediatas incluem:

  • Promover a gestão integrada da terra e da água: Aumentar a segurança alimentar através de irrigação eficiente, culturas resistentes à seca e recuperação da paisagem
  • Promover uma economia azul resiliente às alterações climáticas: Diversificar o setor do turismo, melhorar a gestão sustentável das pescas e proteger os ecossistemas costeiros
  • Modernização dos sistemas de infra-estruturas: Integrar os riscos climáticos no planeamento urbano e dos transportes, para salvaguardar infra-estruturas críticas e melhorar a conectividade entre as ilhas
  • Acelerar a transição energética com baixas emissões de carbono: Expandir a capacidade das energias renováveis e melhorar a eficiência da rede para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis importados e diminuir os custos da energia
  • Aumentar a resiliência social: Reforçar os sistemas de proteção social e investir na educação e no desenvolvimento de competências para apoiar grupos vulneráveis e potenciar novas oportunidades de emprego nos setores verdes

O CCDR estima que uma ação ambiciosa no domínio do clima exigiria investimentos de cerca de 140 milhões de dólares americanos por ano, de 2024 a 2030 e posteriormente, mas os benefícios económicos e sociais ultrapassariam esses custos. A mobilização de financiamento a esta escala exigirá uma forte parceria com o setor privado e partes interessadas internacionais, e o recurso a instrumentos financeiros inovadores. Até 2050, a ação climática poderá resultar num aumento de 2,5% do PIB, em comparação com o cenário de referência.

"A ação climática não é apenas uma necessidade; é uma oportunidade para Cabo Verde traçar um futuro mais sustentável e próspero. Com uma governação forte, financiamento inovador e envolvimento da comunidade, Cabo Verde pode liderar o caminho da resiliência e do desenvolvimento de baixo carbono", afirmou Indira Campos, Representante Residente do Grupo Banco Mundial para Cabo.

Para mais informações, leia e descarregue o relatório completo aqui (i).

Distribuído pelo Grupo APO para The World Bank Group.