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O Retorno do Petróleo e Gás em Grande Escala e as Emocionantes Ramificações do Crescente Setor Downstream de Angola (Por NJ Ayuk)

Em abril, Angola produziu 1,06 milhão de barris por dia (bpd) de petróleo bruto, enquanto a Nigéria e a Argélia produziram 0,999 milhão de bpd

Apesar das perspectivas extremamente otimistas para a indústria de Upstream de Angola, o setor de Downstream do país ainda enfrenta desafios significativos

JOHANNESBURG, África do Sul, 24 de julho 2023/APO Group/ --

Por NJ Ayuk, Presidente Executivo, Câmara Africana de Energia (www.EnergyChamber.org).

A indústria de petróleo e gás de Angola está a retomar em grande escala.

Descobertas recentes em águas profundas e melhorias na política fiscal contribuíram para um aumento significativo nos investimentos.

As empresas petrolíferas internacionais estão atualmente envolvidas em diversos projetos de exploração e produção em Angola. Entre eles estão o projeto Kaombo North e os hubs leste e oeste no Bloco 15/06, que são operados pela Eni Angola. Além disso, destacam-se os projetos CLOV Fase 2 e Dalia Fase 3, localizados no Bloco 17 e operados pela TotalEnergies.

No início deste ano, Angola ultrapassou a Nigéria como o maior produtor de petróleo da África. Em abril, Angola produziu 1,06 milhão de barris por dia (bpd) de petróleo bruto, enquanto a Nigéria e a Argélia produziram 0,999 milhão de bpd.

Apesar das perspectivas extremamente otimistas para a indústria de Upstream de Angola, o setor de Downstream do país ainda enfrenta desafios significativos. Atualmente, a Refinaria de Luanda é a única refinaria em operação em Angola, porém, ela atende apenas a 20% da demanda por produtos refinados do país.

Como resultado desta falta de infraestruturas, Angola gasta anualmente mais de 1,7 mil milhões de dólares em importações de petróleo, apesar das vastas reservas de petróleo totalizarem aproximadamente 9 mil milhões de barris de petróleo e 11 biliões de pés cúbicos de gás natural.

Mesmo diante dos desafios do setor de Downstream em Angola, as perspectivas são promissoras. O Presidente angolano, João Lourenço, e o Ministro dos Recursos Minerais, Petróleos e Gás, Diamantino Azevedo, têm como prioridade reforçar a capacidade de refinação de petróleo e gás do país.

Seus objetivos são atender à demanda doméstica de energia, reduzir as importações de petróleo e maximizar a monetização dos recursos energéticos para os mercados regionais e globais.

Estes esforços tiveram um forte início em 2022, quando Angola expandiu a Refinaria de Luanda em cooperação com a petrolífera italiana Eni, aumentando a produção diária da fábrica para 1.200 toneladas métricas por dia.

Além disso, várias novas instalações estão em obras, nomeadamente as refinarias de Cabinda, Soyo e Lobito.

Boas notícias para o setor Downstream de Angola

A Fase 1 da refinaria de Cabinda, uma unidade de petróleo bruto com capacidade para processar 30.000 barris por dia (bpd), está programada para entrar em operação em meados de 2024. Nesta etapa, a refinaria produzirá diesel, combustível pesado, querosene de aviação e nafta. Além disso, após a conclusão da fase final de construção, a capacidade de Cabinda dobrará para 60.000 bpd.

Ainda neste mês, a Africa Finance Corporation e o African Export-Import Bank (Afreximbank) anunciaram uma linha de crédito de 335 milhões de dólares para o projeto, que cobrirá a primeira fase da construção. A refinaria está sendo desenvolvida pela britânica Gemcorp Holding Limited (GHL) em parceria com a petrolífera nacional angolana Sonangol.

O projeto da refinaria do Soyo tem previsão de conclusão para 2025. O Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos de Angola adjudicou o contrato para a construção da refinaria de 100.000 barris por dia (bpd) em Soyo ao Quanten Consortium Angola LLC, com sede nos EUA. O consórcio será responsável pelo projeto, construção, posse e operação da refinaria de conversão profunda. Além da refinaria, a Quanten desenvolverá um parque de tanques, um terminal marítimo e infraestrutura na área.

Além disso, uma refinaria de 200.000 bpd está em desenvolvimento na província de Lobito, com serviços prestados pelo conglomerado japonês JGC Holdings. A Sonangol assinou um memorando de entendimento (MoU) com a China National Chemical Engineering (CNCEC) para a construção dessa refinaria. O MoU tem o objetivo de garantir o financiamento do projeto e pode levar a um contrato de construção pela empresa chinesa. A refinaria, com previsão para entrar em operação em 2026, terá capacidade para produzir até 200.000 bpd.

Uma Nova Era para Angola

Em 2022, o Ministro Azevedo afirmou que a construção de refinarias e a modernização das existentes permitiriam a Angola sustentar o seu abastecimento de energia e reduzir os elevados custos associados às importações de energia. Ele e o Presidente Lourenço continuaram a aproximar o país da realização desses benefícios - e vários outros.

Com o aumento da capacidade de refinação, Angola poderá maximizar a monetização dos seus recursos energéticos. Através de novos projetos como o Ndungu Early Production Project da Eni e a unidade flutuante de produção, armazenamento e descarga CLOV da TotalEnergies, Angola busca comercializar combustíveis prontos para uso com a Europa, reduzindo a dependência europeia dos recursos russos.

Além disso, as atividades a jusante, como marketing e distribuição, prepararão o terreno para a criação de empregos e oportunidades de negócios, desde a operação de estações de serviço até o fornecimento de óleos lubrificantes.

Também é importante destacar que Angola estará melhor posicionada para atender às demandas regionais de energia. À medida que mais refinarias entram em operação, Angola poderá utilizar sistemas de comércio transfronteiriço, como o Sistema de Oleodutos da África Central e o oleoduto Angola-Zâmbia, para fornecer produtos refinados a outros países africanos.

Grandes Líderes Alcançam Grandes Resultados

Impulsionar o crescimento no setor Downstream de Angola é apenas um exemplo das medidas que o governo angolano tomou nos últimos anos para fortalecer a indústria de energia do país.

Com o objetivo de atrair investimentos e incentivar ainda mais a produção, o governo angolano implementou extensas reformas, incluindo a simplificação dos mecanismos de controle e oferecendo incentivos fiscais para o desenvolvimento de campos petrolíferos marginais. Além disso, foram estabelecidos regulamentos para o abandono e descomissionamento de poços, e foi promulgada a primeira lei de gás natural do país.

A Câmara Africana de Energia reconhece os esforços do Presidente Lourenço e do Ministro Azevedo como grandes vitórias para Angola, que ajudarão a garantir o contínuo investimento estrangeiro, a segurança energética e o crescimento económico. Essas ações refletem a visão e liderança exemplares que têm contribuído para o desenvolvimento positivo do setor energético do país.

Distribuído pelo Grupo APO para African Energy Chamber.