Uma pesquisa recente do Grupo Vodafone, Grupo Vodacom (https://www.Vodacom.com/), Safaricom e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indica que a implantação e adopção bem-sucedida de serviços financeiros móveis é associada com um impacto positivo no crescimento do PIB nos mercados em desenvolvimento, uma vez que ajuda as empresas a reduzirem os custos, a acederem ao crédito para investir e a conectarem-se com os consumidores que anteriormente estavam excluídos dos serviços financeiros..

A pesquisa de modelização econométrica[1], que examinou 49 países em África, Ásia e América Latina, concluiu que os países com serviços de dinheiro móvel com sucesso tinham uma taxa de crescimento anual do PIB per capita até 1 ponto percentual superior à dos países onde as plataformas de dinheiro móvel não tinham tido sucesso ou não tinham sido introduzidas..

Com base em pesquisas anteriores do Banco Mundial sobre a relação entre o crescimento económico e a redução do número de pessoas que vivem na pobreza[2], este crescimento do PIB per capita implica que os países com sucesso na adopção de dinheiro móvel poderiam reduzir a pobreza em cerca de 2,6%.

A análise foi realizada como parte da campanha Africa.Connected (https://bit.ly/3SGqW6l) das empresas, uma iniciativa para impulsionar o desenvolvimento sustentável através da colaboração e ajudar a eliminar os obstáculos que impedem o progresso nos principais sectores económicos de África. Os resultados são parte de um novo trabalho de investigação, Digital Finance Platforms to Empower All, o quarto trabalho de investigação desenvolvido e lançado sob o abrigo da Africa.Connected.

Sitoyo Lopokoiyit, CEO da M-Pesa África e Director dos Serviços Financeiros da Safaricom, disse:

["Plataformas de serviços financeiros móveis como M-Pesa são factores vitais da inclusão financeira na sociedade que podem melhorar as oportunidades individuais de vida e permitir o lançamento e expansão de empresas, trazendo riqueza e oportunidades de emprego para as economias em desenvolvimento. Subsistem, no entanto, barreiras tanto ao acesso a plataformas, incluindo a alfabetização digital e a acessibilidade aos smartphones, como ao seu desenvolvimento, com um campo de acção regulatório a um nível desigual para fornecedores de serviços financeiros não tradicionais em muitos países"].

Como parte da pesquisa da Africa.Connected, foram realizados inquéritos aos consumidores centrados nos utilizadores do M-Pesa em Quénia e Tanzânia, e os resultados foram extrapolados para Gana e Moçambique. Foi também realizado um inquérito às empresas no Quénia. A investigação resultante sustentou a importância contínua do primeiro serviço de dinheiro móvel do mundo 15 anos após o seu lançamento em 2007. Os investigadores estimaram que:

• 17,6 milhões de utilizadores actuais nos quatro países não tinham acesso a quaisquer serviços financeiros formais antes de utilizarem o M-Pesa;
• 98% das empresas inquiridas disseram que o M-Pesa as ajuda a fazer negócios, sendo os principais benefícios da M-Pesa a sua facilitação de pagamentos mais rápidos e seguros e permitindo a venda de bens e serviços online; e
• 95% das empresas inquiridas indicaram que utilizam o M-Pesa em pelo menos metade das suas transacções comerciais.

Ulrika Modeer, Secretária-Geral Adjunta da ONU e Directora do Gabinete de Relações Externas e Advocacia do PNUD disse:

"A inclusão financeira é tanto uma pré-condição como um factor-chave para o cumprimento de muitos dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, incluindo a redução da pobreza, o fomento do crescimento económico, a promoção do acesso ao mercado e a defesa do investimento em sectores-chave como a educação, a agricultura e os cuidados de saúde. Mas mais importante, trata-se de colocar as pessoas no centro, capacitando-as com mais agência sobre o seu dinheiro e aumentando a sua resiliência. A eliminação da exclusão financeira em África, e em todo o mundo, deve ser uma prioridade se quisermos alcançar uma prosperidade inclusiva e sustentável para todos num planeta saudável".

Clique aqui para ler o documento completo da Africa.connected sobre a inclusão financeira: https://bit.ly/3U4QAmp.

[1] O modelo econométrico fez uso de dados que cobrem o período 2003 - 2019. Dados mais recentes não foram incluídos na modelização devido aos efeitos da pandemia.

[2] Adams, 2003, Economic Growth, Inequality, and Poverty: Descobertas de um Novo Conjunto de Dados. Banco Mundial. Disponível online: https://bit.ly/3TQWoQi