Para marcar o Dia em Memória dos Heróis e Mártires do Holocausto de Israel (Yom HaShoah), a Marcha dos Vivos foi realizada (https://www.MOTL.org) na Terça-feira, entre Auschwitz 1 e Auschwitz-Birkenau na Polónia. O evento anual reúne milhares de judeus e não-judeus do mundo inteiro que acompanham os sobreviventes do Holocausto e seus descendentes, enquanto refazem parte da rota que os prisioneiros judeus foram forçados a seguir na Marcha da Morte no final da guerra.

Auschwitz foi o maior e mais mortal dos seis campos dedicados de extermínio construídos pelos nazistas e utilizados para realizar a Solução Final para aniquilação dos judeus da Europa e além. No total, mais de seis milhões de judeus foram exterminados pelos nazistas durante o Holocausto, entre eles mais de um milhão de crianças.

Pela primeira vez, a Marcha deste ano inclui um memorial dedicado aos judeus da Tunísia e do Norte da África que foram subjugados pela opressão nazista. Naquele que foi um dos episódios relativamente desconhecidos do Holocausto, sob a ocupação nazista, muitos judeus do Norte da África foram forçados a irem para campos de concentração e de trabalhos forçados, e alguns acabaram sendo deportados para os campos de extermínio na Europa.

Taib estava acompanhado de sua esposa Íris, cuja avó, Miriam Heiman, e tia-avó, Eva, sobreviveram a Auschwitz. Íris homenageou a memória de sua avó fazendo uma tatuagem de seu número de prisioneira em seu próprio braço, como um lembrete constante da bravura e coragem de sua avó.

Um importante empreendedor e filantropo de impacto, fundador e presidente do Mitrelli Group e da Menomadin Foundation, Haim Taib acendeu uma das três tochas memoriais em Auschwitz, contando a história de sua família da Tunísia durante a Segunda Guerra Mundial.

Antes da Segunda Guerra Mundial, os judeus viveram em países árabes e em todo o Norte da África durante séculos e formaram comunidades fortes em lugares como o Iraque, Síria, Egipto, Iémen, Tunísia e Marrocos. Embora estas comunidades não fossem alvos directos do regime nazista da mesma forma que os judeus europeus, eles enfrentaram discriminação e perseguição de governos e populações locais.  Além disso, durante a Segunda Guerra Mundial, os nazistas e as potências do Eixo também estabeleceram uma rede de campos de concentração no Norte da África.

Havia um total de 17 campos por toda a região, incluindo 3 no Marrocos, 3 na Argélia, 7 na Tunísia e 4 na Líbia. Alguns prisioneiros também foram levados aos campos de Vichy na África Ocidental. Os prisioneiros, incluindo os judeus e comunistas, foram submetidos à fome e trabalhos forçados, e muitos morreram de doenças ou foram torturados e assassinados.

Após a Segunda Guerra Mundial, muitos judeus de países árabes foram deslocados e forçados a deixar suas casas devido ao crescente nacionalismo, anti-semitismo e violência. Em alguns casos, foram expulsos de seus países, como foi o caso da maioria dos judeus do Iraque, que foram forçados a deixar o país no início dos anos 1950.

Dirigindo-se à cerimónia, Taib disse: “Sinto-me honrado de estar aqui e acender esta tocha, pela primeira vez, em memória aos judeus da Tunísia. Meu avô foi enviado, junto com milhares de homens judeus, aos campos nazistas de trabalhos forçados na Tunísia ocupada, onde passou fome, foi espancado e torturado. Sua história reflete a realidade das comunidades judaicas da Tunísia e do Norte da África sob a ocupação nazista. Se não tivessem sido liberados a tempo, seu destino não teria sido diferente do destino dos judeus da Europa”.

Haim Taib é presidente da empresa Suíça Mitrelli Group que desenvolve soluções inovadoras em segurança alimentar, água, educação, habitação comunitária, saúde e tecnologia em toda a África.