Fonte: Governo de Cabo Verde |

Estado vai indemnizar mais de 110 antigos trabalhadores da empresa Justino Lopes com um montante superior a 96 mil contos

O pagamento será efetuado de forma faseada até 31 de julho de 2025, conforme o cronograma a ser definido em um memorandum de entendimento entre as partes envolvidas

PRAIA, Cabo Verde, 2 de janeiro 2025/APO Group/ --

O Governo de Cabo Verde autorizou a despesa de mais de 96 mil contos para indemnizar 113 antigos trabalhadores da empresa Justino Lopes, admitidos até o ano de 2015. A medida foi formalizada na resolução nº 116/2024, de 30 de dezembro, do Conselho de Ministros, publicada no Boletim Oficial. A compensação pecuniária será atribuída aos trabalhadores da Associação dos Trabalhadores do Sector Agrícola de Justino Lopes, conforme o código laboral vigente e uma lista nominal divulgada no documento oficial.

A despesa autorizada para o pagamento das indemnizações é de 96.490.529 escudos (equivalente a noventa e seis milhões, quatrocentos e noventa mil, quinhentos e vinte e nove escudos). O pagamento será efetuado de forma faseada até 31 de julho de 2025, conforme o cronograma a ser definido em um memorandum de entendimento entre as partes envolvidas. A resolução também prevê a quitação das compensações globais dentro do prazo estabelecido.

A origem deste processo remonta ao período pós-independência de Cabo Verde, quando o Governo nacionalizou várias propriedades privadas, incluindo as da extinta Sociedade Agrícola Comercial de Santa Filomena (SACOFIL), dando origem à Empresa Agroindustrial Justino Lopes. Com a mudança de regime em 1993, iniciou-se o processo de privatização da empresa. Durante este processo, 120 dos 199 trabalhadores optaram pela indemnização, enquanto 79 decidiram formar a Associação dos Trabalhadores do Sector Agrícola de Justino Lopes, mantendo a gestão das propriedades rústicas da ex-SACOFIL.

Em 2018, o Governo analisou as propostas de indemnização para os trabalhadores e herdeiros da ex-SACOFIL, bem como o inventário das propriedades. Como resultado, o Estado tomou posse efetiva dos bens e terras nacionalizadas, enquanto a Associação continuou a gerir os terrenos e infraestruturas, acumulando dívidas. O passivo da Associação atingiu, até o final de 2016, 123.746.578 escudos, valor que aumenta mensalmente devido à falta de capacidade de gerar receita. Em 2023, foi finalmente alcançado um acordo entre as partes para a atribuição das compensações pela desocupação, formas de pagamento e resolução das dívidas acumuladas pela Associação.

Distribuído pelo Grupo APO para Governo de Cabo Verde.