Conteúdo multimédia
- Ligações (3)
- Todos (3)
Missões de Observação Eleitoral: foram envidados esforços para dar seguimento às recomendações, mas é necessário um melhor acompanhamento, afirmam os auditores da UE
Os auditores avaliaram se o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) e a Comissão Europeia prestaram apoio suficiente aos países de acolhimento com vista à execução das recomendações formuladas pelas missões de observação no Gana, na Jordânia, na Nigéria e no Sri Lanca
É necessário continuar a trabalhar para ajudar os países a executarem as recomendações formuladas pelos observadores eleitorais da UE, segundo um novo relatório do Tribunal de Contas Europeu (www.ECA.Europa.eu). A forma de apresentar as recomendações melhorou nos últimos anos, afirmam os auditores, mas são necessárias mais consultas com as partes interessadas locais no terreno durante a elaboração das mesmas.
Sem interferir com a organização das eleições, os observadores eleitorais da UE recolhem e analisam factos relativos ao processo eleitoral e apresentam uma avaliação independente. Dois meses após o dia das eleições, elaboram um relatório exaustivo com recomendações sobre a forma de melhorar o enquadramento de futuras eleições. As recomendações abrangem questões que vão desde o recenseamento eleitoral até à violência durante as eleições. São apresentadas às autoridades do país de acolhimento, que não estão formalmente obrigadas a aplicá‑las.
Os auditores avaliaram se o Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) e a Comissão Europeia prestaram apoio suficiente aos países de acolhimento com vista à execução das recomendações formuladas pelas missões de observação no Gana, na Jordânia, na Nigéria e no Sri Lanca, concentrando‑se em eleições observadas após 2010.
"É essencial dar seguimento a estas recomendações para maximizar o impacto da observação eleitoral", afirmou Ville Itälä, o Membro do Tribunal de Contas Europeu responsável pelo relatório. "Se um país de acolhimento não corrigir as deficiências do seu processo eleitoral, há o risco de essas deficiências subsistirem ou mesmo de se agravarem antes das eleições seguintes".
Os auditores constataram que o SEAE e a Comissão envidaram esforços razoáveis para apoiar a execução das recomendações. A apresentação das recomendações melhorou nos últimos anos, mas são necessárias mais consultas no terreno. O SEAE e a Comissão promoveram o diálogo político e prestaram assistência eleitoral para apoiar a execução das recomendações, mas as missões de acompanhamento não são utilizadas com a frequência desejável. Por último, afirmam os auditores, não existe uma visão global centralizada das recomendações nem uma avaliação sistemática da respetiva execução.
Se um país de acolhimento não corrigir as deficiências do seu processo eleitoral, há o risco de essas deficiências subsistirem ou mesmo de se agravarem antes das eleições seguintes
O custo das missões de observação varia significativamente em função das circunstâncias. Contudo, com base nos mais recentes valores disponíveis, o custo médio é de 3,5 milhões de euros. No período de 2015‑2017, o orçamento para observação eleitoral foi, em média, de cerca de 44 milhões de euros por ano.
Os auditores recomendam que o SEAE:
- assegure que as recomendações respeitam as orientações e o modelo de redação;
- assegure que a equipa da missão consulta as partes interessadas do país de acolhimento sobre as recomendações antes de concluir o relatório;
- se certifique de que a mesa redonda de partes interessadas é marcada para, no mínimo, quatro dias úteis depois da divulgação do relatório;
- quando possível, envie missões de acompanhamento aos países que acolheram missões de observação;
- crie um arquivo centralizado das recomendações e acompanhe os progressos registados na execução das mesmas.
Nota aos diretores das publicações
A observação eleitoral constitui um importante instrumento de promoção da democracia, dos direitos humanos e do Estado de direito. Se forem bem geridas, as eleições podem contribuir para a transferência pacífica do poder político. Desde o estabelecimento da metodologia de observação eleitoral em 2000, a UE realizou 138 missões de observação eleitoral em 66 países de África, do Médio Oriente, da Ásia e da América Latina. Quase metade das missões é realizada em África.
As missões de observação são normalmente chefiadas por um deputado do Parlamento Europeu designado pela Alta Representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança que desempenha as funções de chefe de missão. Os observadores estão obrigados a ser rigorosamente imparciais e a não demonstrar preferência por qualquer parte num processo eleitoral.
O Relatório Especial nº 22/2017 "Missões de Observação Eleitoral – foram envidados esforços para dar seguimento às recomendações, mas é necessário um melhor acompanhamento" está disponível no sítio Internet do TCE (www.ECA.Europa.eu) em 23 línguas da UE.
Distribuído pelo Grupo APO para European Court of Auditors (ECA).