Fonte: UN News |

Às margens do G20, Guterres pede calma e contenção nos protestos em Moçambique

O pronunciamento do líder das Nações Unidas teve lugar dois dias após uma declaração de especialistas independentes da organização defendendo que os protestos pacíficos deveriam prosseguir sem perseguição

NEW YORK, Estados Unidos da América, 18 de november 2024/APO Group/ --

Secretário-geral defende moderação por uma solução de diferenças em paz e no respeito pelo funcionamento das instituições; diferentes episódios de violência causaram dezenas de mortos e feridos após o pleito de 9 de outubro.

O secretário-geral das Nações Unidas pediu calma e contenção na sequência de eventos das últimas semanas que levaram a manifestações contestando a integridade do processo eleitoral em Moçambique. Os protestos seguiram-se às eleições realizadas no passado 9 de outubro.

Neste domingo, António Guterres respondeu à questão de um jornalista na coletiva de imprensa sobre a reunião de líderes das maiores economias mundiais, G20, que acontecerá na segunda e terça-feira no Rio de Janeiro.

Diversas opiniões e posições

“Em relação a Moçambique, o meu apelo é naturalmente um apelo à calma, um apelo a que a expressão das diversas opiniões e das diversas posições se faça pacificamente e que as autoridades tenham também a contenção necessária para garantir que os problemas de Moçambique sejam resolvidos, como disse, em paz e no respeito pelo funcionamento das instituições.”

O pronunciamento do líder das Nações Unidas teve lugar dois dias após uma declaração de especialistas independentes da organização defendendo que os protestos pacíficos deveriam prosseguir sem perseguição.

A nota dos peritos em direitos humanos da ONU* pediu às autoridades moçambicanas que "evitem e parem imediatamente com a violência e a repressão de jornalistas, advogados, ativistas e manifestantes e garantam que responsáveis por delitos sejam investigados e levados ao tribunal".

Os especialistas destacam que a violência e as medidas repressivas usadas contra manifestantes em protestos pacíficos provocaram pelo menos 30 mortes, feriram 200 pessoas e levaram à prisão de pelo menos 300 indivíduos até 7 de novembro.

Crescentes tensões pós-eleitorais e relatos de violência

O grupo expressou inquietação com as “violações do direito à vida, incluindo de uma criança, os assassinatos deliberados de manifestantes desarmados e o uso excessivo da força pela polícia destacada para dispersar protestos pacíficos”.

O apelo feito às autoridades moçambicanas é para que investiguem prontamente e imparcialmente todos os assassinatos ilegais.

Antes, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, expressou preocupação com as crescentes tensões pós-eleitorais e relatos de violência contínua e violações de direitos humanos que causaram dezenas de vítimas.

Distribuído pelo Grupo APO para UN News.