Fonte: UN News |

Apenas cinco mulheres se tornaram presidentes nas eleições de 2024

A presença feminina nos mais altos níveis de liderança política permaneceu extremamente baixa em 2024

NEW YORK, Estados Unidos da América, 26 de dezembro 2024/APO Group/ --

Levantamento considera 31 pleitos presidenciais diretos realizadas em todo o mundo;  representação feminina no Parlamento permaneceu estagnada em 27%; no ritmo atual, igualdade de gênero nos mais altos cargos políticos só será alcançada daqui a 130 anos.

A presença feminina nos mais altos níveis de liderança política permaneceu extremamente baixa em 2024. Apenas cinco mulheres foram eleitas como chefes de Estado em 31 eleições presidenciais diretas realizadas em todo o mundo.

Os países onde elas foram eleitas são Islândia, Moldávia, México, Namíbia e Macedônia. Nos três últimos, essa foi a primeira vez que candidatas do sexo feminino assumiram a presidência.

Representação feminina estagnada no legislativo

Até outubro de 2024, havia 29 países onde 30 mulheres atuavam como chefes de Estado e/ou de governo. No ritmo atual, a igualdade de gênero nos mais altos cargos de poder só será alcançada daqui a 130 anos.

Dados levantados pela ONU Mulheres indicam que a representação feminina no parlamento permaneceu estagnada em 27% em 2024. Num universo de 39 países com dados disponíveis, 15 registraram aumento no número de mulheres eleitas, enquanto 24 experimentaram declínios.

As cotas provaram ser um elemento importante, por exemplo, na República Dominicana, gerando aumento de oito pontos na representação feminina. Por outro lado, 12 dos 16 países sem cotas experimentaram declínios.

Apenas seis países têm 50% ou mais de mulheres entre integrantes  do Parlamento. Eles são Ruanda, com 61%, Cuba, com 56%, Nicarágua, com 54%, seguidos por Andorra, México, Nova Zelândia e Emirados Árabes Unidos, todos com 50%.

Liderança de mulheres “continua sendo a exceção”

A ONU Mulheres destacou que México e o Reino Unido alcançaram “progresso significativo” na igualdade de gênero ao formar gabinetes paritários após suas respectivas eleições.

De acordo com a agência, esses avanços estabelecem um precedente importante para a governança inclusiva.

Para a diretora-executiva da ONU Mulheres, este mega ano eleitoral ressaltou que “a liderança política das mulheres continua sendo a exceção e não a regra”.

Sima Bahous afirmou que apesar do progresso, “normas prejudiciais, violência e vontade política insuficiente” continuam afetando a participação das mulheres.

Recomendações

Globalmente, os homens continuam dominando o poder político, com apenas 87 países já tendo sido liderados por uma mulher.

Para a ONU Mulheres, à medida que o mundo se aproxima do 30º aniversário da Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, os Estados-membros devem investir na liderança feminina implementando cotas de gênero e nomeações estratégicas.

A agência recomenda ainda que sejam abordados preconceitos sociais e tomadas medidas parar erradicar a violência contra mulheres na política, por meio de reformas legais e políticas.

Distribuído pelo Grupo APO para UN News.