A Aliança Africana para a Saúde do Colo do Útero (ACHA, African Cervical Health Alliance) foi lançada para capacitar as comunidades e aumentar o acesso à prevenção e ao controlo do cancro do colo do útero em África até 2030, em conformidade com os objetivos globais; O Secretariado da ACHA é sediado pela Associação de Saúde KILELE, com o apoio catalisador da FIND (www.FINDdx.org).

O lançamento da Aliança Africana para a Saúde do Colo do Útero (ACHA) foi anunciado hoje, antes do aniversário que assinala o compromisso global de eliminar o cancro do colo do útero. Um evento online demonstrou o poder da sociedade civil para galvanizar a ação em prol da eliminação do cancro do colo do útero em todo o continente. O evento, organizado pela Associação de Saúde KILELE na qualidade de Secretariado da ACHA, contou com a participação de oradores dos membros da ACHA provenientes de países africanos. Estes incluíram organizações comunitárias, autoridades de saúde pública, decisores políticos e vozes de pessoas que viveram a doença.

O cancro do colo do útero é evitável e curável se for detetado precocemente, através de vacinas contra o HPV altamente eficazes, testes de alto desempenho para o rastreio do ADN do HPV e tratamento precoce das lesões pré-cancerosas. Embora tenha aumentado o reconhecimento dos benefícios da vacinação e da importância do rastreio e do tratamento para as mulheres, as suas famílias e as economias, atualmente, o cancro do colo do útero continua a ser um dos cancros com mais alta mortalidade entre as mulheres na África Subsariana, porque mulheres nestes países simplesmente não têm acesso a estas medidas que salvam vidas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e os governos de todo o mundo assumiram o compromisso de que o cancro do colo do útero será o primeiro cancro a ser eliminado em todo o mundo, estabelecendo as metas “90–70–90” para 2030: 90% das raparigas totalmente vacinadas com a vacina contra o HPV até aos 15 anos, 70% das mulheres rastreadas até aos 35 anos e novamente aos 45 anos, e 90% das mulheres com pré-cancro ou cancro invasivo tratadas.

A experiência adquirida com a luta contra o VIH/SIDA demonstrou que as organizações da sociedade civil desempenham um papel fundamental na resolução dos problemas de saúde, defendendo a mudança de políticas, aumentando a sensibilização e proporcionando educação e apoio às pessoas afetadas. A ACHA está a mobilizar organizações de todo o continente africano para, da mesma forma, desbloquear o progresso no sentido da eliminação do cancro do colo do útero, melhorando o acesso a cuidados de saúde de qualidade, capacitando as mulheres para tomarem decisões de saúde informadas e aproximando os serviços de quem deles necessita. Em colaboração com as partes interessadas, a ACHA mobilizará recursos e conhecimentos especializados, contribuindo para a saúde das mulheres e protegendo as famílias e os meios de subsistência.

Com o apoio catalisador da FIND, a ACHA está a ser lançada com 22 organizações (https://apo-opa.co/3R0l1eT) que representam 15 países africanos, centradas em cinco vertentes de trabalho:

• Defesa de causas específicas, com o apoio da investigação
• Reforço das capacidades e formação orientados
• Mobilização sustentável de recursos
• Envolvimento estratégico da comunidade e proximidade
• Comunicações e materiais informativos adaptados.

Benda N. Kithaka, Diretora Executiva da Associação de Saúde KILELE, afirmou: “As análises documentais da ACHA mostraram que existe pouca investigação que molde o envolvimento da comunidade em África, apesar de o nosso continente ser o mais afetado pelo cancro do colo do útero, sendo a dor, o sofrimento e as mortes causadas por esta doença as mais elevadas do mundo. As nossas mulheres estão entusiasmadas por poderem contribuir significativamente para alterar os efeitos do cancro do colo do útero nas famílias e sabemos que as mulheres das comunidades africanas estão prontas para aceitar a sua eliminação. Os membros da ACHA estão a unir-se em torno do apelo aos governos para que cumpram os seus compromissos globais 90-70-90. Encorajamos outras pessoas a juntarem-se a nós e a contribuírem para que isto aconteça”.

A Dra. Angela Muriuki, Diretora da Saúde da Mulher na FIND, afirmou: “Na FIND, acreditamos firmemente que o cancro do colo do útero pode ser eliminado no espaço de uma geração. Só o poderemos conseguir através de uma verdadeira parceria com as mulheres e as comunidades e da criação de uma plataforma para que as vozes africanas liderem o esforço da sua eliminação em África. É com grande satisfação que apoiamos a formação e o reforço da ACHA, pois sabemos que a capacitação das mulheres será fundamental para acelerar a adesão aos programas nacionais de rastreio e que o rastreio é essencial para que a geração atual de mulheres não fique de fora”.

Com um grito de guerra de “não percam a oportunidade!” A ACHA encoraja calorosamente as organizações interessadas a entrar em contacto para estabelecer parcerias, aderir ou apoiar a ACHA. Contacte o Secretariado em director@kilelehealth.org.