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Câmara Africana de Energia apela à paz e estabilidade à medida que Moçambique se prepara para desbloquear o potencial de Gás Natural Liquefeito (GNL)

Um Moçambique unificado tem o potencial de desencadear a prosperidade a longo prazo através do desenvolvimento sustentável, atraindo simultaneamente investimentos internacionais cruciais no sector da energia

À medida que o país emerge como um centro global de energia, a confiança da comunidade internacional depende de uma nação segura e unificada

JOANESBURGO, África do Sul, 30 de dezembro 2024/APO Group/ --

Com os projectos em curso para reiniciar a realização do projeto Mozambique LNG de 20 mil milhões de dólares - que tem o potencial de produzir 13,1 milhões de toneladas de GNL para uso doméstico por ano - nunca houve um momento mais importante para dar prioridade à paz e à estabilidade em Moçambique. Na sequência do resultado das eleições gerais de 2024, violentos protestos perturbaram o país, levando à turbulência e à instabilidade. Enquanto porta voz do sector energético africano e forte defensora da prosperidade de Moçambique, a Câmara de Energia Africana (AEC) apoia plenamente o governo do país e apela à paz, estabilidade e desenvolvimento sustentável à medida que o país entra na sua nova era de crescimento energético.

Após a descoberta de depósitos significativos de gás natural ao largo da costa norte de Moçambique em 2010, as expectativas de prosperidade económica do país dispararam. Um relatório anterior do FMI previa 500 mil milhões de dólares em receitas totais até 2045 e uma taxa média de crescimento real do PIB de 24% com as exportações de GNL entre 2021 e o próximo ano. No sector da energia, as grandes empresas TotalEnergies, ExxonMobil e Eni estão a desenvolver projectos integrados de GNL e, ao mesmo tempo, novas empresas exploradoras entram no mercado e os projectos de transformação de gás em energia estão em fase de conclusão.

Projectos como o Coral Sul LNG, a instalação Rovuma LNG e a Central de Gás para Energia de Temane têm o potencial de atrair milhares de milhões de dólares em investimento e receitas, ao mesmo tempo que fornecem energia estável a mais de 2 milhões de famílias até 2030. Estes desenvolvimentos não são apenas um triunfo para os investidores internacionais; são também um triunfo para Moçambique. O país representa um dos mercados de gás mais dinâmicos do continente africano, no qual as suas extensas reservas de gás offshore poderão torná-lo um dos dez maiores produtores a nível mundial e responsável por até 20% da produção de África até 2040.

Em termos geopolíticos, estes esforços de industrialização têm o potencial de beneficiar toda a região da África Austral e podem transformar o país num centro de energia para países vizinhos como o Zimbabué, a Tanzânia, a Zâmbia, o Malawi, Eswatini e a África do Sul. Além disso, uma linha costeira de 2.700 km no Oceano Índico faz do país uma porta de entrada para navios que viajam pelo hemisfério longitudinal, permitindo assim a Moçambique a especialização na produção eficiente e global de energia, ao mesmo tempo que possibilita a diversificação do acesso a bens de alta qualidade e a baixo preço provenientes de mercados da Ásia, Índia, Europa e América.

No entanto, para que Moçambique realize o seu vasto potencial, é fundamental que o país continue firmemente empenhado na estabilidade política e no desenvolvimento sustentável. Um ambiente pacífico e estável é a base sobre a qual a comunidade internacional pode construir com confiança parcerias a longo prazo, assegurando que as imensas oportunidades apresentadas pelo desenvolvimento dos seus recursos naturais se traduzam em benefícios tangíveis para todos. O percurso de Moçambique no sentido de se tornar um dos principais produtores de energia está interligado com a sua capacidade de fomentar a unidade, promover a segurança e defender os princípios democráticos. Um compromisso sustentado com a paz não só tranquilizará os investidores internacionais, mas também capacitará o país de uma forma que conduza a uma prosperidade de base alargada para o seu povo e assegure o seu papel como um ator chave no futuro energético de África.

“A paz e a estabilidade são essenciais para que Moçambique possa desbloquear o seu vasto potencial económico. À medida que o país emerge como um centro global de energia, a confiança da comunidade internacional depende de uma nação segura e unificada. Um compromisso com a paz não só assegurará o sucesso de projectos energéticos de vários milhares de milhões de dólares, como também garantirá a prosperidade a longo prazo, impulsionando o crescimento sustentável de Moçambique e de toda a região da África Austral. Para tal, o governo deve encontrar um consenso e definir termos que se transformem em benefícios a longo prazo para toda a população do país”, afirma o Presidente Executivo da AEC, NJ Ayuk.

Em prol da prosperidade, do bem-estar social e do desenvolvimento económico de Moçambique, a AEC apela ao governo e à oposição para que encontrem um equilíbrio e se empenhem na estabilidade pós-colonial e pós-guerra. Moçambique encontra-se numa situação de encruzilhada; em que um dos caminhos conduz a uma maior instabilidade e o outro tem o potencial de transformar o país num parceiro de confiança na comunidade energética global.

Distribuído pelo Grupo APO para African Energy Chamber.