As agências das Nações Unidas, nomeadamente FAO, FIDA e PMA, realizaram durante dois dias (4 e 5 de Abril) um encontro de coordenação para avaliar os resultados alcançados e o cumprimento das metas dos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio, no âmbito do programa “Acelerar o progresso para o alcance do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio1c em Moçambique (ODM1c)”.

O encontro serviu igualmente para a discussão das actividades planificadas para 2017 na província de Tete, bem como para a análise dos mecanismos de continuidade às intervenções e a sustentabilidade junto ás comunidades após o fecho do programa.

O programa, cuja duração é de 5 anos (2013-2018), tem como principal objectivo reduzir a percentagem de pessoas que sofrem de fome e abrange cerca de 7 milhões de pessoas em todo o país.

No discurso de abertura, a Representante e Directora Nacional do Programa Mundial para a Alimentação (PMA), Karin Manente, disse que “há que assegurar que, neste último ano de implementação, as 3 agências e o governo possam cooperar ainda mais e de uma maneira mais estreita, de modo a desenvolver actividades de maior impacto e alcançar as metas planificadas e, sobretudo, garantir a continuidade das actividades em prol do desenvolvimento da província de Tete”.

Manente referiu-se ainda às “formas de promover a sustentabilidade para garantir que as acções de segurança alimentar sejam dissemináveis, sistêmicas e de acordo com o ciclo de vida das pessoas mais vulneráveis – porque constitui um imperativo humanitário fundamental do desenvolvimento sustentável: ‘Não deixar ninguém para trás’”.  

Para o Representante da FAO em Moçambique, Castro Camarada, “o mérito deste programa está na complementaridade de sinergias entre as respectivas agências para alcançar maior impacto no combate a fome e a insegurança alimentar”.

Camarada destacou ainda a pertinência do encontro “na avaliação do progresso que vem sendo feito, enaltecendo a importância da adopção de medidas correctivas caso seja necessário na implementação do programa”.

Aumentar a produção agrícola e pesqueira, melhorar o acesso a alimentação e melhorar a condição nutricional de grupos vulneráveis são as três áreas prioritárias preconizadas pelo sub- programa ODM1c.

Em termos de resultados alcançados, na província de Tete, importa destacar a vacinação contra a doença de Newcastle a 174,000 galinhas, o estabelecimento de 91 Escolas na Machamba do Camponês envolvendo cerca de 2000 agricultores e a construção de 657 celeiros melhorados (tipo Gorongosa).

Na área de acesso a mercados, 366,770 produtores e comerciantes receberam informação de preços de mercado através de plataformas fortalecidas pelo SIMA* e INFOCOM**, que trouxe maior confiança na comercialização/escoamento de produtos entre produtores e compradores numa das províncias com maior produtividade em Moçambique.

Entre os resultados alcançados, realce-se que a aprovação do decreto-lei da fortificação de alimentos pelo Conselho de Ministros levou ao apoio de duas moageiras com equipamento e um fortificante de moagens na Província de Tete. Esta iniciativa constituiu o marco inicial da implementação da estratégia de fortificação de alimentos, através de treinamentos as indústrias e inspectores de actividades económicas, em questões ligadas a monitorias e controlo de qualidade de produtos. 

Desde o início da implementação deste programa, Moçambique foi capaz de alcançar progressos significativos, tendo sido premiado em 2015 por alcançar a meta do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio 1 (ODM1), que diz respeito à redução de pelo menos até a metade do número de pessoas que sofrem de fome.

*SIMA- Sistemas de Informação de Mercados Agrícolas de Moçambique

**INFOCOM- Informação Comercial e de Mercados